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ClimaInfo, 31 de janeiro de 2022.

 



Uma leitura diária dos muitos assuntos relacionados como mudanças climáticas
31 de janeiro de 2022



Combate ao desmatamento é chave para retomada de prestígio internacional do Brasil
“Combater o desmatamento é hoje uma senha para o Brasil ter reinserção internacional. Hoje há pouquíssima tolerância com o Brasil”, disse a ex-Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em live do Valor reportada por Daniela Chiaretti.
Mas não é só isso: “Estamos pegando um ativo nosso - porque pela Constituição brasileira o meio ambiente é um bem público e, portanto, um bem da sociedade brasileira - e o entregando para o crime deliberadamente. E aí vem falar de soberania? Soberania é cuidar do bem público”. Vale acessar o Valor e ler a matéria: as reflexões de Izabella são muito pertinentes.
Em entrevista à CNN Brasil, o professor de Relações Internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, afirmou que a OCDE já percebeu que o Brasil não consegue avançar no combate ao desmatamento. Pode ser que a constatação tenha vindo com o levantamento da aderência do país aos instrumentos normativos do grupo que tratam de meio ambiente: dos 71 instrumentos, apenas 7 já contam com a adesão do Brasil. O Brasilianista conta a história.
Ou talvez tenham ouvido o recado do Ministério das Relações Exteriores da França: no dia seguinte ao envio da carta convite para o Brasil, o órgão publicou uma nota dizendo que a entrada do Brasil no grupo dependerá de progressos sérios, concretos e mensuráveis na luta contra o desmatamento e as mudanças climáticas. A Folha e o Poder360 noticiaram.
A julgar pela eficácia da oposição francesa ao acordo entre a União Europeia e o Mercosul devida ao desmatamento da Amazônia, é bom que o governo brasileiro - independente de quem estiver no Planalto e na Esplanada dos Ministérios - ouça as recomendações da sociedade. Algumas delas fazem parte do relatório “Diálogo Brasil-EUA sobre Sustentabilidade e Mudanças Climáticas”, divulgado na última 6ª feira (28/1). O relatório recomenda que o governo, seja ele nacional ou internacional, engaje comunidades locais neste desafio. Segundo o Poder 360, veículo que noticiou o lançamento, o combate à pobreza, com o desenvolvimento de “economias florestais amazônicas” que evoluam para a preservação e não para degradação do bioma, e o financiamento adequado, são outras prioridades indicadas pelo relatório elaborado por um grupo formado pelo Brazil Institute do Wilson Center em parceria com Uma Concertação Pela Amazônia.
Outra dica para o governo: não adianta mentir - a destruição ambiental é visível do espaço. Em entrevista à DW, o astronauta alemão Matthias Maurer, que está neste momento na Estação Espacial Internacional (ISS), disse que vê as queimadas no Brasil e que se entristece com elas.
Maurer diz que o planeta visto do espaço é "incrivelmente belo". "Mas logo teme-se por esse belo planeta". #ficadica, Marcos Pontes.

Em tempo: Em texto publicado na revista científica Nature na última semana, dois cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) denunciam a alta do desmatamento no Brasil e pressionam para que países europeus e a China boicotem as importações de soja e carne bovina do país. Eles explicam que “há anos, os pecuaristas do estado de Mato Grosso vendem suas pastagens por preços altos para produtores de soja e compram terras baratas mais ao norte para desmatar para a produção de carne bovina”. ((o))eco traz mais detalhes.


O promissor potencial da geração elétrica eólica offshore no Brasil
Neste momento há mais de 80 GW em projetos de geração de energia eólica offshore ( no alto-mar) em processo de licenciamento ambiental, segundo o IBAMA. Estas dezenas de gigawatts estão distribuídos em 36 projetos que se distribuem no litoral de seis estados: Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. O Valor afirma que isto é o dobro do total produzido offshore no mundo atualmente.
A epbr compara o tanto de GW com os projetos em terra no país mostrando que a potência projetada no mar é quatro vezes maior do que os de projetos em terra - que até janeiro somavam 21 GW - e o dobro em relação a 2021, quando somavam até julho 42 GW. Somente neste mês, 12 novos projetos offshore entraram em licenciamento, somando 25 GW. Um dos motivos para este salto é a publicação no dia 25/01 do decreto nº 10.946/2022 que regula - finalmente - estes projetos em alto-mar.
Esta seria uma boa notícia neste momento de energia cara e pico de demanda causado pelo calor, conforme noticiado pelo Jornal Nacional. Mas o lobby do gás conseguiu impor seu papo-furado de “combustível de transição” e ocupa neste momento as linhas de transmissão brasileiras com sua energia cara e poluente, conta em detalhes o UOL.
Com isso, informa o Poder 360, as hidrelétricas são obrigadas a jogar fora as águas das chuvas intensas das últimas semanas, deixando de gerar energia barata no momento em que a população mais precisa. O portal também informa que o governo negou o pedido de revisão da bandeira de escassez hídrica feito por Minas Gerais depois das chuvas extremas terem arrasado o território do estado.
O avanço consistente da energia eólica offshore está deixando alguns discursos sobre o setor de energia sem pé nem cabeça. Em mais uma "escolha difícil", o Estadão finge que não conhece as consequências de projetos como o de Belo Monte, e se pergunta se três novos megaprojetos de hidrelétricas na Amazônia nos moldes da ditadura seriam uma boa ideia.

Em tempo: O setor elétrico depende de previsões meteorológicas precisas e da construção de cenários climáticos confiáveis de médio e longo prazos. As mudanças climáticas vão deixar isso muito mais difícil, informa artigo do Washington Post traduzido pelo Estadão.


Estudo identifica nível recorde de contaminação por mercúrio na Amazônia peruana
Um trecho da Amazônia peruana tornou-se o lugar que apresenta os níveis mais altos de poluição atmosférica por mercúrio, segundo o artigo científico publicado na revista Nature Communications. Matéria da Galileu ressalta que aquela poluição é gerada pela mineração ilegal de ouro e informa que a quantidade de mercúrio superou regiões industriais ao redor do mundo.
O The New York Times informa que o mercúrio também é liberado no ar pela queima do carvão. O mercúrio é uma neurotoxina perigosa para humanos e animais. Nos ecossistemas aquáticos, pode se converter perigosamente em metilmercúrio. À medida que os peixes grandes comem os menores, o mercúrio vai se acumulando na cadeia alimentar. Nós humanos acabando por comer destes peixes contaminados com mercúrio e, por isso, médicos não aconselham mulheres grávidas a comerem peixes de grande porte.
Em tempo: Projeto de lei tramitando no Mato Grosso autoriza mineração em áreas de Reserva Legal do estado. O g1 informa que o Fórum Matogrossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento e o Observatório Socioambiental de Mato Grosso protocolaram, no dia 28 de janeiro, na Casa Civil, uma representação ao governador Mauro Mendes (DEM) pedindo o veto integral ao projeto. No Pará, na região do Tucuruí, o TRF anula mineração em Terra Indígena, avisa o Valor.



Mudança do clima prejudicará produção de café no Brasil
As mudanças climáticas tornarão mais difícil até mesmo tomar um simples cafezinho.
De acordo com um estudo publicado na revista científica Plos One e replicado pela CNN Business e pelo The Guardian, os principais países produtores de café investigados (Brasil, Vietnã, Indonésia e Colômbia) terão uma forte diminuição das áreas adequadas e um aumento das áreas inadequadas para o cultivo até 2050.
A BBC informa que o café é a cultura mais suscetível a altas temperaturas. Nos países que respondem pela maior parte da produção mundial da arábica - a variedade dos cafés de qualidade superior - a aptidão para o cultivo da safra diminuirá pela metade até 2050. Os cultivos de abacate e castanha do caju, entre outros, também serão impactados.



Kerry avisa que planos para reduzir emissões de metano são insuficientes
Está patinando o compromisso anunciado em Glasgow pela redução em 30% as emissões de metano até 2030. Quem disse isso foi John Kerry, o supersecretário climático do governo Biden, na 5ª feira passada (27/1) na reunião virtual do Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima (MEF - Major Economies Forum). Estavam presentes os maiores emissores do mundo e os maiores produtores de fósseis: China, Índia, Indonésia, Japão, Rússia e Arábia Saudita.
Kerry ressaltou na reunião a importância do aumento das ambições climáticas por estes países neste ano, especialmente aqueles cujas metas climáticas não estejam alinhadas com os objetivos do Acordo de Paris.
O Financial Times notou que, apesar da lição de moral dada por Kerry, os EUA não pretendem melhorar suas próprias metas tão cedo. AP, Bloomberg e New York Times também comentaram o encontro.
Uma outra matéria, esta da AP, cita o ministro italiano Roberto Cingolani dizendo: “Paradoxalmente, não acho que seja um problema de dinheiro”, acrescentando que o problema é político.
No Nexo de duas semanas atrás, Roberto Schaeffer e Eduardo Casseres, explicaram o compromisso do metano e o que ele envolve. As maiores fontes de metano são os vazamentos da exploração e transporte de petróleo e gás natural e as emissões da digestão de ruminantes.
Em uma matéria do Financial Times no ano passado, Fatih Birol, o diretor executivo da Agência Internacional de Energia (IEA), havia dito que esses vazamentos eram facilmente evitados.



Sob pressão, Austrália promete US$ 700 milhões para proteger a Grande Barreira de Corais
Com a proximidade das eleições - e prestes a ver a UNESCO incorporar a Grande Barreira de Corais da Austrália na lista de patrimônios mundiais em perigo no mundo no próximo julho -, o primeiro ministro australiano Scott Morrison prometeu que, se reeleito, investirá mais US$ 700 milhões na proteção da chamada “jóia oceânica” da Austrália.
O anúncio ocorreu na sexta (28/1) e a previsão de investimento é para os próximos nove anos.
Devido aos recordes de temperatura que atingiram aquele país em dezembro, a Grande Barreira de Corais - com seus 2,3 mil quilômetros de extensão - está sob ameaça de sofrer o sexto evento de branqueamento em massa de que há registros na história. Os outros ocorreram em 1998, 2002, 2016, 2017 e 2020, todos causados pelo aumento da temperatura oceânica “impulsionado pelo aquecimento global”, segundo o Guardian.
A diferença é que, agora, a temperatura está 0,5° mais alta do que a de qualquer um desses eventos anteriores, gerando um nível de estresse “sem precedentes” à barreira de corais. Os cientistas estão de olho no céu, já que o aumento da cobertura de nuvens por tempo prolongado, associado a chuvas e ventos, poderá amenizar o risco de branqueamento em larga escala.
Embora cientistas e conservacionistas saúdem os investimentos, alguns classificam o anúncio de Morrison como “uma tentativa cínica” frente à necessidade de enviar um relatório sobre a Barreira de Corais à UNESCO já nesta 3ª feira (1/2). Eles cobram do governo ação na causa do problema, ou seja, no combate às mudanças climáticas, melhorando metas de redução das emissões de gases de efeito estufa do país e acabando com subsídios a projetos de combustíveis fósseis.
Reuters, Associated Press, Financial Times, CNN e BBC também repercutiram a notícia.



Exploração de petróleo no Golfo do México com dias contados
Um juiz federal dos EUA anulou por completo um leilão de petróleo e gás no Golfo do México por avaliar que o governo Biden não avaliou adequadamente o impacto deste sobre a crise climática. A decisão lança dúvidas sobre o futuro do programa federal de perfuração offshore dos EUA.
Proferida na última quinta (27/1), a decisão foi tomada por um juiz do Distrito de Columbia nomeado pelo ex-presidente Barack Obama e veio após uma contestação do grupo ambientalista Earthjustice. Para a Reuters, esta decisão acaba sendo uma vitória para Biden, que tem defendido políticas climáticas desde a campanha presidencial.
A venda das concessões havia sido realizada em novembro, poucos dias após as negociações climáticas da ONU na Escócia. Ao todo, quase 700 mil hectares foram concedidos para empresas como Exxon, Chevron e BP, esta última tendo sido responsável pelo desastre da Deepwater Horizon em 2010. O governo norte-americano alegou que foi obrigado a manter a venda devido a uma contestação legal de uma dúzia de estados para suspender a pausa geral que Biden havia colocado em novos projetos de perfuração em terras e águas federais.
Um memorando anterior do Departamento de Justiça, no entanto, mostrou que o governo federal não acreditava que fosse obrigado a manter a venda. Até mesmo alguns dos aliados de Biden criticaram o leilão: três congressistas democratas chegaram a entrar com uma ação judicial em apoio aos grupos ambientalistas.
O juiz ordenou ao Departamento do Interior que conduza uma nova análise que desta vez leve em conta os gases de efeito estufa que seriam gerados se a perfuração prosseguisse.
A decisão foi notícia em Guardian, Bloomberg, Reuters, FT, Washington Post, WSJ e Quartz. O New York Times deu duas matérias (aqui e aqui), assim como a AP (aqui e aqui).



Tailândia declara emergência depois de vazamento em oleoduto
Um vazamento da Star Petroleum Refining em alto-mar chegou às praias de Rayong, na Tailândia, fazendo o país declarar desastre em uma região de 20 km de costa. A catástrofe é a última pá-de-terra sobre a indústria de turismo local, fortemente afetada pela COVID-19.
Imagens aéreas do desastre mostram cerca de 47 km2 de contaminação por óleo cru. The Guardian, Reuters, AP e France 24 cobriram o desastre.
O drama das petroleiras também está em cartaz nos vizinhos latino-americanos. A Repsol está sendo obrigada pelo governo peruano a parar de mentir sobre a extensão do megavazamento decorrente da tsunâmi do começo do ano. Agora sabe-se que pelo menos 10 mil barris de petróleo foram lançados sobre a região costeira de Ventanilla, a 30 kg de Lima, conta em detalhes a BBC.
No Equador, um novo vazamento de óleo no Rio Coca - apenas um ano após um desastre no mesmo lugar - está sob investigação. Prensa Latina, Reuters e NBC trazem detalhes. Vale lembrar: o governo Bolsonaro quer aumentar a exploração de petróleo na Amazônia e no litoral, em regiões como Fernando de Noronha e Abrolhos.



Um “criptocarbono” vendido a US$ 70.000 a tonelada
A organização se intitula Save Planet Earth (SPE) e emite uma criptomoeda, um token não fungível (nft) anunciado como sendo associado à preservação e recuperação de florestas. O que chamou a atenção de Chloé Farand, do Climate Change News, foi que um nft deles foi vendido pelo absurdo de US$ 70.000, enquanto offsets do mesmo projeto de proteção de uma reserva florestal na Indonésia estava sendo vendido por menos de US$ 20 e, há um ano atrás, por menos de US$ 5.
Investigando o assunto, Farand descobriu que a empresa vendeu cerca de 1.000 créditos de carbono certificados pela Verra por um preço médio de US$ 1.800 dizendo que estava levantando capital para plantar um bilhão de árvores dentro de acordos feitos com os governos do Paquistão, Sri Lanka e as Maldivas.
Farand conversou com gente desses governos que informaram que o tal bilhão estava ligeiramente inflado. O Paquistão disse não ter acordo com a SPE e que não autorizou gerar créditos de carbono em áreas públicas. O pessoal das Maldivas disse que as ilhas dificilmente comportariam o milhão de árvores que a SPE diz estar plantando.
Mais, acompanhando o tráfego de mensagens nas redes sociais da SPE, Farand descobriu que petroleiras se mostraram interessadas na criptomoeda. Além delas, pessoas físicas também entram na roda esperando valorizar seus investimentos.

Em tempo 1: Muita gente não sabe que o "garimpo" de bitcoins consome uma quantidade brutal de eletricidade. Uma parte importante dos datacentres que abrigam a atividade está em países como a China, Índia e EUA, onde as emissões do setor elétrico são significativas. Isso quer dizer que um token que se diz verde pode estar emitindo mais gases de efeito estufa do que a redução da atividade à qual está associado. A Energy Research & Social Science publicou um artigo sobre a poluição provocada pelas criptomoedas e a Bloomberg comentou que congressistas dos EUA querem entender melhor o balanço de carbono do setor.
Em tempo 2: Quase tudo que se fala e se publica sobre mercados de carbono trata da preocupação com a qualidade dos projetos que geram offsets. No entanto, devemos nos preocupar também com o outro lado do balcão: hoje não há como rastrear se um offset está sendo contabilizado por várias empresas. Muitas empresas simplesmente anunciam a compra de offsets, sem dar detalhes que permitiriam identificá-los e não contam se os venderam para outra empresa fazer o mesmo. Para quem se interessar, vale a leitura de um artigo publicado pela Ecosystem Marketplace do ano passado.

 


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