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ClimaInfo, 8 de dezembro de 2021. - Desmatamento é sinônimo de subdesenvolvimento e pobreza na Amazônia


Uma leitura diária dos muitos assuntos relacionados como mudanças climáticas
8 de dezembro de 2021
 

 

Desmatamento é sinônimo de subdesenvolvimento e pobreza na Amazônia
A turma que defende a derrubada de floresta na Amazônia costuma dizer que isso é essencial para a geração de riqueza em uma das regiões com os piores indicadores sociais do país. Mas na prática o que se vê é o contrário: os municípios com os maiores índices de desmatamento são exatamente aqueles com piores indicadores de desenvolvimento humano e social. Ou seja, menos árvores implica mais pobreza, violência e subdesenvolvimento.
É o que constatou a nova edição do Índice de Progresso Social (IPS), que analisa as condições sociais e ambientais dos 772 municípios da Amazônia Legal brasileira. Divulgado pelo Imazon nesta 3ª feira (7/12), o índice contempla 45 indicadores de áreas como saúde, saneamento, moradia, segurança, educação, comunicação, equidade de gênero e qualidade do meio ambiente, compondo um índice de zero a 100, do pior para o melhor.
A conclusão é contundente: os 20 municípios com as maiores áreas de floresta destruídas nos últimos três anos tiveram um IPS médio (52,38) abaixo do índice nacional (63,29) e da própria Amazônia (54,59). Sete desses top 20 não conseguiram obter um IPS acima de 50 pontos: seis no Pará (Pacajá, Portel, Senador José Porfírio, Novo Repartimento, Uruará e Anapu) e um no Amazonas (Apuí). Os dois municípios que lideram o ranking de devastação florestal, Altamira e São Félix do Xingu (PA), tiveram IPS de 52,95 e 52,94, respectivamente, abaixo das médias da Amazônia Legal e do Brasil.
“O IPS atesta mais uma vez que o desmatamento só tem gerado pobreza, conflitos sociais e inibido o desenvolvimento econômico da Amazônia”, afirmou Beto Veríssimo, um dos autores do estudo do Imazon. “A Amazônia enfrenta a tempestade perfeita de problemas: destruição do seu patrimônio natural pelo desmatamento, baixo progresso social e subdesenvolvimento econômico”.
BBC Brasil, O Globo, Valor e Poder360 destacaram os principais pontos da nova edição do IPS para a Amazônia Legal.

Em tempo: Por falar em pobreza e violência, o representante especial da União Europeia para Direitos Humanos, Eamon Gilmore, visitou o Brasil na semana passada. Em entrevista ao Estadão, Gilmore disse que ouviu "relatos comoventes" sobre o desmatamento, os ataques aos Povos Indígenas, Quilombolas e Comunidades Tradicionais e a explosão de atentados e assassinatos contra líderes ambientais e sociais na Amazônia brasileira nos últimos anos. O representante europeu alertou que essas informações serão repassadas à Comissão Europeia e aos governos do bloco e deverão ser utilizadas na análise do acordo comercial da UE com o Mercosul. “A UE inclui os Direitos Humanos e o meio ambiente nos seus acordos comerciais no mundo. Não é algo específico com o Mercosul. Esperamos que esses dispositivos do acordo sejam devidamente tratados e cumpridos e as autoridades brasileiras sabem disso”, disse Gilmore.


Pesquisadoras são ameaçadas por testes de mercúrio em comunidade garimpeira no Amapá
Um grupo de pesquisadoras que conduzia uma série de testes sobre contaminação por mercúrio em mulheres que vivem e trabalham em um local de garimpo em Vila Nova, no Amapá, sofreu ameaças de garimpeiros da região, com direito a uma caminhonete incendiada como "recado" caso a pesquisa fosse adiante. Phillippe Watanabe trouxe essa história na Folha.
A pesquisa era coordenada pela Rede Internacional de Eliminação de Poluentes (IPEN) e pelo Instituto de Pesquisa sobre Biodiversidade (BRI), com foco nos impactos do garimpo na saúde das mulheres que vivem no entorno da exploração ilegal de ouro. Apenas uma parte do trabalho de campo foi efetivamente realizada, já que as ameaças inviabilizaram o restante da pesquisa.
Nas amostras obtidas pelas cientistas, foi possível detectar a contaminação por mercúrio, metal pesado utilizado no garimpo para separação do ouro. A contaminação por mercúrio pode resultar em problemas sérios de saúde, afetando órgãos vitais como cérebro, rins e fígado, além de resultar em problemas de desenvolvimento dos fetos nas mulheres grávidas.
Enquanto isso, o ministro Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), defendeu nesta 2ª feira (6/12) a autorização de uma série de projetos de pesquisa e exploração de ouro em áreas preservadas na Amazônia. A decisão foi tomada pelo ex-general no âmbito do Conselho de Defesa Nacional, o qual preside e que tem responsabilidade por analisar projetos de mineração em áreas de fronteira no Brasil.
“É legal autorizar a pesquisa/lavra de minerais, na faixa de fronteira, inclusa a Amazônia. Respeitadas a legislação e o meio ambiente, continuaremos a mapear nossas riquezas pelo bem do Brasil e do nosso povo”, disse Heleno em sua conta no Twitter. O ministro não explicou por que autorizou empresas autuadas por crimes ambientais a realizar a exploração de ouro em áreas preservadas da Amazônia.
No Amazonas, o Ministério Público Federal (MPF) abriu um procedimento de apuração para averiguar as autorizações de mineração emitidas pelo Conselho de Defesa Nacional. No Congresso Nacional, a senadora Eliziane Gama (MA) e o deputado federal Marcelo Freixo (RJ), além da bancada legislativa do PSOL, anunciaram que contestarão essas decisões junto à Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal. A Folha deu mais detalhes.

Em tempo: No Estadão, André Borges informou que o INCRA decidiu reduzir uma área de assentamento de reforma agrária no Pará, criada há mais de duas décadas, para abrir espaço a um projeto de mineração de uma multinacional. Encabeçado pela mineradora canadense Belo Sun, o “Projeto Volta Grande” promete ser o maior empreendimento de exploração de ouro do Brasil, extraindo ouro nas margens do rio Xingu, logo abaixo da usina de Belo Monte, em Altamira (PA). De acordo com a reportagem, o INCRA assinou um acordo com a mineradora no qual cortará o assentamento Ressaca e a gleba Ituna, em troca de uma fazenda localizada no município de Luciara (MT), a mais de 1,5 mil km de distância.


“Eles vão morrer”: o avanço do desmatamento ameaça de extinção indígenas isolados na Amazônia
Resignação. Esse é o tom de uma dos três últimos sobreviventes da etnia Piripkura, uma tribo isolada que está sob ameaça de extinção por conta de invasões à Terra Indígena homônima, localizada no Mato Grosso. Fernanda Wenzel, do Mongabay, trouxe o lamento de Rita Piripkura, preocupada com o destino de seus dois sobrinhos, Pakyî e Tamanduá, que se mantêm isolados na reserva e podem ser vitimados por ataques de invasores não-indígenas. “Eles vão morrer”, disse Rita.
A TI Piripkura é o território ocupado por indígenas isolados mais desmatado dos últimos anos: entre agosto de 2020 e julho de 2021, mais de 2,1 mil hectares de floresta foram derrubados dentro da reserva, um aumento de quase 100% na comparação com o ano anterior, de acordo com dados do Instituto Socioambiental.
Pelo que se sabe, o Povo Piripkura se resume hoje a Rita e os sobrinhos dela; ela vive em outra reserva, Karipuna, no norte de Rondônia, mas Pakyî e Tamanduá continuam isolados no Mato Grosso, vulneráveis ao avanço de pecuaristas e fazendeiros sobre o território indígena. A BBC Brasil também contou essa história.
Por falar em ataques contra Terras Indígenas, a articulação Agro é Fogo lançou na semana passada a 2ª parte de um dossiê que reúne informações sobre incêndios em áreas indígenas no último ano. De janeiro até novembro, mais de 19 mil alertas de incêndio foram detectados nessas áreas, afetando 22,3 mil km2. No UOL, Bárbara Dias e Valéria Pereira Santos explicaram como os episódios de fogo em território indígena não se resumem apenas a invasores destruindo a floresta: locais religiosos e aldeias também foram alvo de ataques incendiários, reflexo da intolerância religiosa e da retórica anti-indígena do atual governo federal e de seus aliados no agronegócio e na mineração.

Em tempo: Em todo o mundo, a juventude vem assumindo protagonismo nos movimentos ativistas em favor da ação climática. Isso também está acontecendo no Brasil, inclusive em grupos sociais com vasto histórico de engajamento na questão climática, como é o caso dos Povos Indígenas. A Conferência do Clima de Glasgow (COP26) deu proeminência a algumas dessas novas faces, como é o caso da jovem Txai Suruí. Com apenas 24 anos, Txai foi a única brasileira a participar da abertura do encontro da ONU, reivindicando seu direito de participar das discussões sobre o clima por conta da vulnerabilidade dos jovens e dos indígenas à crise climática. Bernardo Esteves abordou na piauí a emergência desses jovens na linha de frente da luta contra a mudança do clima.


O impacto climático nas rotas do milho nacional
Uma matéria do Valor comenta uma pesquisa recente mostrando que o fluxo de comercialização do milho no país mudou nos últimos anos. Por uma sucessão de colheitas fracas em alguns estados produtores importantes, o mercado interno está absorvendo parte do que antes era exportado. Criadores de São Paulo, Paraná e Santa Catarina estão sendo abastecidos pelos Mato Grossos, antes grandes exportadores. Uma safra fraca no Maranhão fez a produção da Bahia ir para Pernambuco, ao invés de ir para o Triângulo Mineiro. Tais mudanças deveriam fazer parte de um programa de adaptação, se houvesse um realmente debruçado sobre os impactos da mudança climática.
Por falar em milho, o La Niña que voltou neste ano já está afetando a cultura no Rio Grande do Sul. Choveu em setembro e, de lá para cá, houve precipitação pouca e dispersa, e a previsão é que continuará assim. A colheita de milho corre o risco de ser afetada. Celso Oliveira, da Climatempo, conversou com o Valor e disse que “o que preocupa é que o milho vai entrar em florada, período em que ele mais necessita de água, e não enxergamos um cenário com chuvas regulares nos próximos 15 dias.” A lavoura da soja no estado não foi afetada.

Em tempo: O país vem se desindustrializando neste século por obra e graça da sobrecapacidade da indústria chinesa na indústria de base e outros setores e pelas gestões capengas da economia nacional. Ontem, a CNI entregou ao presidente 44 propostas para recuperar o setor e gerar empregos. Dentre elas, segundo contam o Valor e a CNN, a implantação de um mercado regulado de carbono. Ricardo Salles foi contra e, até durante a COP, Joaquim Leite também. Talvez, agora, o governo pare de atrapalhar. O presidente da CNI, Robson Andrade, cita os exemplos de China e Coreia do Sul ao dizer que o país “não pode abrir mão do papel do governo como indutor do investimento privado”.


Petroleiras apelam ao “terror” para atrasar transição energética verde
Medo: eis a última arma da indústria dos combustíveis fósseis para conter o ímpeto da transição verde no setor energético global. Não à toa, esse foi o tom adotado por diversos CEOs de petroleiras nesta semana durante o Congresso Mundial de Petróleo, que acontece em Houston, nos Estados Unidos.
O raciocínio desses executivos é de que a alta recente dos preços de petróleo, gás natural e carvão estaria mostrando ao mundo que as fontes renováveis ainda não oferecem um estoque confiável e acessível de energia. Somados os efeitos desse aumento dos preços da energia fóssil à inflação, uma transição energética “forçada” poderia causar não apenas uma grave crise econômica, mas também alimentar tensões e conflitos sociais.
“Eu entendo que admitir publicamente que o petróleo e o gás terão um papel essencial e significativo durante a transição e além será difícil para alguns”, observou Amin Nasser, presidente-executivo da Saudi Aramco, maior produtora mundial de petróleo, citado pelo Financial Times. “Mas admitir essa realidade será muito mais fácil do que lidar com a insegurança energética, a inflação galopante e a agitação social à medida que os preços se tornam insuportavelmente altos e os compromissos de net-zero por parte dos países começam a se desfazer”.
Outro argumento repetido por executivos do setor fóssil em Houston foi que os altos preços dos combustíveis fósseis - e a perspectiva de que eles continuem em um patamar mais alto nos próximos anos - podem prejudicar o desenvolvimento de alternativas de energia de baixo carbono ou carbono zero pela indústria. Bloomberg e Reuters também destacaram essa argumentação.
A mesma tática está sendo usada pela associação europeia de fornecedores automotivos. De acordo com uma análise da entidade, se o bloco europeu levar adiante sua promessa de proibir a venda de veículos novos com motor de combustão até 2035, cerca de meio milhão de postos de trabalho estariam sob risco de desaparecer do mercado europeu. Por outro lado, o mesmo estudo indicou que a transição verde dos carros europeus também poderia gerar 226 mil novas vagas de trabalho na fabricação de peças elétricas, o que reduziria o número líquido de empregos perdidos para 275 mil. A notícia é do Financial Times.

Em tempo: O Guardian trouxe um debate curioso: filhos de empregados da indústria fóssil conversando com seus pais sobre como o trabalho deles (e, a bem da verdade, a criação deles próprios) contribuiu para a crise climática. Os pais, Andy e Wendy, trabalharam por décadas para a ExxonMobil, quando as preocupações sobre o clima não faziam parte da rotina de trabalho nem das preocupações com o futuro. No entanto, para os filhos, Liz e James, o peso da “culpa” pela carreira dos pais começou a aparecer nos anos 2000, quando a questão climática começou a ganhar repercussão. É uma conversa interessante, mas evidentemente difícil.


Reino Unido é processado por apoio financeiro a projeto polêmico de gás em Moçambique
Anfitrião da mais recente Conferência da ONU sobre o Clima (COP26), o governo do Reino Unido foi processado pela ONG Friends of the Earth por conta de seu envolvimento no financiamento de um projeto bilionário de produção de gás natural liquefeito (GNL) na costa norte de Moçambique.
De acordo com a entidade, o fornecimento pelo governo britânico de US$ 1,15 bilhão em empréstimos diretos e garantias aos bancos para apoiar esse projeto contraria os compromissos internacionais de Londres contra a mudança do clima, bem como as metas e políticas climáticas nacionais. “O Reino Unido despejou uma quantia impressionante de dinheiro público no desenvolvimento de um enorme campo de gás em Moçambique em plena crise climática”, acusou Will Rundle, diretor jurídico da Friends of the Earth.
O grupo também associa o empreendimento, encabeçado pela petroleira Total, à onda recente de violência na região de Cabo Delgado. A exploração de gás intensificou tensões e conflitos locais já existentes, resultando em ondas de assassinatos e ataques na região. Em março passado, uma milícia fundamentalista invadiu a cidade de Palma, que concentra a maior parte dos investimentos nesse projeto. No mês seguinte, a Total declarou “motivo de força maior” e retirou totalmente seus funcionários do local.
Bloomberg, Euronews, Independent, Reuters e Sky News repercutiram a ação da Friends of the Earth.

Em tempo: Joe Lo abordou no Climate Home a irritação de alguns países africanos com o compromisso anunciado por governos desenvolvidos na COP26 para restringir o financiamento internacional a projetos de gás nas nações em desenvolvimento. No mês passado, um grupo de 20 países e cinco bancos de desenvolvimento (incluindo EUA, Canadá e Banco Mundial, entre outros) prometeu interromper o apoio a novos projetos até o final de 2022. Representantes da Nigéria e do Senegal criticaram a declaração, pedindo ao governo dos EUA, principal responsável por esta articulação, mais sensibilidade às necessidades energéticas das nações africanas. “Isso seria realmente um grande golpe para países como o nosso, que realmente querem ver o gás como combustível de transição e ter tempo para trabalhar em direção ao net-zero”, afirmou o ministro de relações exteriores da Nigéria, Geoffrey Onyeama.


Um inverno de extremos climáticos se anuncia no hemisfério norte
“O tempo está simplesmente maluco neste momento”, escreve a americana Jena Brooker, no Grist. Ainda não nevou em Denver, no estado das chiques estações de ski, mas o Havaí viu cair uma nevasca antes mesmo de o inverno chegar oficialmente. Lá, a nevasca foi seguida de muita chuva, o que forçou o governo a decretar estado de emergência. No continente, estações meteorológicas de leste a oeste registram temperaturas altas recordes, enquanto o Alasca sentiu o novembro mais frio já registrado. Isso é só uma amostra recente de como a mudança do clima impactou o mundo este ano. A NatGeo destacou cinco eventos no hemisfério norte:
- o domo de calor de julho na costa do Pacífico, entre os EUA e Canadá, o qual teria sido “virtualmente impossível” sem a mudança climática;
- a temporada de incêndios florestais no oeste americano, na Turquia, na Grécia e até na Sibéria russa;
- as megaenchentes que devastaram Alemanha, Holanda e Bélgica em julho; as fatais na China; e outras no Canadá e nos EUA;
- o furacão Ida, que atingiu Nova Orleans e atravessou o interior do país até inundar Nova York; e
- mais um ano de supersseca na bacia do Rio Colorado, forçando o governo a decretar uma emergência de falta d’água.
A matéria termina lembrando que isso é só um gostinho do aquecimento de 1,1oC.
No Reino Unido, o Guardian discute até que ponto a tempestade Arwen, que caiu na semana passada, e a Barra, que atinge a região agora, são consequências do aquecimento global. A Arwen foi descrita pelo Met Office como “a tempestade de inverno mais forte dos últimos 10 anos”, com ventos chegando a quase 160 km/h. Os ventos da Barra ainda estão mais fracos, mas prevê-se que atinjam mais de 130 km/h.
Voltando à Califórnia, a Bloomberg conta que, depois dos incêndios, o estado enfrenta uma forte seca, que já compromete a produção agrícola do estado do ano que vem.



A solução para a crise climática passa pelo combate à desigualdade global
“Por que é que, apesar do consenso esmagador sobre a necessidade de agirmos urgentemente para proteger a vida humana em nosso planeta, ainda não somos capazes de empreender as mudanças necessárias?”, questionou Moisés Naím, no El País. Não há uma resposta simples, mas alguns indícios dela são evidentes. Por exemplo, os países desenvolvidos não podem fugir de sua responsabilidade histórica pela crise climática, o que passa por assumir a maior parte da conta financeira da mitigação e da adaptação globais. Mas a divisão entre países ricos e pobres é apenas um pedaço dessa questão. Como lembrou o professor Lucas Chancel, da Sciences Po francesa, no Guardian, a elite global não se concentra apenas nas nações desenvolvidas, mas também possui alguns nacos no mundo em desenvolvimento. Ao todo, essa parcela abastada (que não chega direito a 10% da população global), é responsável pela metade das emissões de gases de efeito estufa do planeta.
“Os ricos emitem mais carbono por meio dos bens e serviços que compram, bem como dos investimentos que fazem. Grupos de baixa renda emitem carbono quando usam seus carros ou aquecem suas casas, mas suas emissões indiretas - isto é, as emissões dos produtos que compram e dos investimentos que fazem - são significativamente menores do que as dos ricos. A metade mais pobre da população mal possui qualquer riqueza , o que significa que tem pouca ou nenhuma responsabilidade pelas emissões associadas às decisões de investimento”, explicou.
O argumento central de Chancel coloca a desigualdade de renda no centro da resolução da crise climática. “É hora de reconhecermos que não pode haver uma profunda descarbonização sem uma profunda redistribuição de renda e riqueza”.

 


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