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ClimaInfo, 14 de abril de 2022


Uma leitura diária dos muitos assuntos relacionados como mudanças climática
14 de abril de 2022



O ouro vermelho de sangue dos Yanomami
O ouro retirado de Terras Indígenas no Brasil não está sujo apenas pela ilegalidade; de certa forma, ele também está manchado com o sangue de milhares de indígenas, vítimas diretas e indiretas da violência e dos abusos cometidos por garimpeiros e das doenças que estes levam às aldeias. De acordo com o Relatório recente da Hutukara Associação Yanomami sobre a situação dramática das comunidades indígenas em uma das maiores reservas do país, é evidente a relação da violência e da violação de direitos com a extração ilegal de ouro na Amazônia.
Na 2ª feira (11/4), como parte da mobilização do Acampamento Terra Livre (ATL), milhares de indígenas marcharam em Brasília até a sede do ministério de minas e energia para protestar contra a atuação do governo Bolsonaro, principal defensor do garimpo e da liberalização da exploração econômica das Terras Indígenas por interesses terceiros. Para ilustrar o impacto do garimpo nas comunidades indígenas, os manifestantes levaram até a porta do ministério peças que imitavam barras de ouro, lama e sangue cinematográfico. “Precisamos lembrar que o garimpo não é só o ouro, não é só a prata. O garimpo também é o gás, o petróleo e a mineração”, afirmou Kretã Kaingang, coordenador-executivo da APIB. “O incentivo dessas produções dificulta ainda mais a demarcação de nossas terras, além de contaminar rios e aquíferos”.
“A situação é extremamente grave. Rios inteiros estão sendo destruídos. O mercúrio contamina a água, os peixes e as pessoas, comprometendo a base alimentar desses Povos”, disse Márcio Santilli, do Instituto Socioambiental (ISA), a Raquel Miura na RFI. “Essas práticas acabam desestruturando por completo o sistema tradicional de roças e de sobrevivência. E isso leva a uma dependência crescente de cesta básica e insumos trazidos de fora para dentro. É um câncer mineral”.
Ainda sobre a crise Yanomami, Emily Costa e Elaine Farias abordaram no Amazônia Real outro ponto da denúncia feita pela Hutukara sobre o garimpo na Terra Indígena. Além de levar destruição e violência à reserva Yanomami, os garimpeiros também estão tirando a comida das comunidades indígenas. “Os garimpeiros estão matando anta, porcão [porco-do-mato ou queixada]. Matam só por matar, pra brincar e colocar no rio e deixar boiar”, afirmou Júlio Ye’kwana, presidente da Associação Wanasseduume Ye’kwana. “Nós dependemos do mato. Estão matando nossos alimentos, nossas carnes, nossos peixes. Não queremos que essa destruição aconteça”.
Já no podcast Ao Ponto, do jornal O Globo, Daniel Biasetto contou detalhes do relatório e da situação do Povo Yanomami, abandonado pelo governo federal à própria sorte, vulneráveis à ação criminosa dos garimpeiros.

Em tempo: De acordo com o g1, o número de indígenas mortos no conflito recente entre aldeias na Terra Yanomami aumentou para quatro, com sete pessoas feridas e duas ainda desaparecidas. De acordo com lideranças indígenas, a situação teria sido precipitada por garimpeiros forasteiros, que deram armas e munição a indígenas pró-garimpo para que eles atacassem um grupo indígena antigarimpo. O Ministério Público Federal está articulando com forças de segurança pública uma operação “urgente” para pacificar a área.


Sociedade civil alerta OCDE sobre retrocessos climáticos no Brasil
Enquanto o governo Bolsonaro tenta acelerar o processo de adesão do Brasil à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), organizações da sociedade civil levaram até o comando da entidade uma carta documentando os repetidos retrocessos da atual gestão nas áreas de meio ambiente, democracia, combate à corrupção e questões sociais. Como informou Jamil Chade no UOL, o documento alerta o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, sobre o risco de a organização chancelar o desmonte da política socioambiental no Brasil ao facilitar a entrada do país neste momento.
“Desde que o presidente Jair Bolsonaro chegou ao poder”, diz a carta, o Brasil “vem retrocedendo em práticas e políticas cruciais para a estabilidade democrática, a promoção dos Direitos Humanos, a transparência e a boa governança pública, a redução das emissões de gases de efeito estufa e o fortalecimento do Estado de Direito”. O texto reforça que uma eventual adesão do Brasil atual à OCDE possa “passar a mensagem equivocada que essa prestigiosa organização avaliza as ações e políticas em curso” no país.
Por falar em desmonte ambiental, Chloé Farand escreveu no Climate Home sobre a “pedalada” climática do governo brasileiro em sua contribuição nacionalmente determinada (NDC) para o Acordo de Paris, atualizada na semana passada. Apesar de aumentar a meta percentual de corte de emissões para 50% até 2030, o novo compromisso segue prevendo um montante a mais de emissões de GEE na comparação com a promessa inicial do estado brasileiro, apresentada à época da adoção do Acordo de Paris.

Em tempo: No placar parlamentar, o meio ambiente tem perdido de goleada. Um levantamento feito pelo Monitor do Congresso, ferramenta lançada pelo site ((o)) eco nesta semana, mostrou que a média de votos contrários ao meio ambiente em projetos de lei correlatos foi maior do que o dobro dos votos a favor dele na atual legislatura: 295 x 143. Dentre os projetos analisados, estão os PL 191/2020, que libera a mineração em Terras Indígenas; o PL 6.299/2002, o “PL do Veneno”, que flexibiliza as regras para aprovação de agrotóxicos; o PL 2.510/2019, que mudou o Código Florestal ao transferir aos municípios a definição das faixas de APP em áreas urbanas; o PL 2.633/2020, o “PL da Grilagem”; e o PL 3.729/2004, que flexibiliza o licenciamento ambiental.


Depois de extinguir cobrança extra, ANEEL propõe reajuste na tarifa elétrica
Menos de uma semana após anunciar a antecipação do fim da bandeira de emergência hídrica, a cobrança extra na conta de luz dos brasileiros, o governo federal prepara um novo reajuste nas tarifas elétricas em 2022. De acordo com o Valor, a direção da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) abriu consulta pública para avaliar a possibilidade de um reajuste das bandeiras amarela (de R$ 1,875 a cada 100 kWh para R$ 2,927) e vermelha patamar 1 (de R$ 3,971 para R$ 6,237 cada 100 kWh). No caso da bandeira vermelha 2, a mais cara do sistema tarifário nacional, a ANEEL propõe uma ligeira redução de R$ 9,492 para R$ 9,330 a cada 100 kWh consumidos no mês.
Segundo a ANEEL, o reajuste é necessário para incorporar os impactos da inflação sobre as despesas relacionadas a produção e distribuição elétrica no ano passado, além do aumento dos custos em si. Neste último ponto, o encarecimento trazido pelo aumento da geração termelétrica de energia é o principal fator: o custo dessa geração passou de R$ 500 milhões para R$ 1 bi anual para o setor, puxado pelas contratações emergenciais de energia termelétrica no 2º semestre de 2021 para compensar as perdas na geração hidrelétrica, afetada pela crise hídrica.
Por ora, a expectativa do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é de que a recuperação dos reservatórios hidrelétricos no último verão permita ao sistema operar sob bandeira verde, a mais barata, até o final do ano. O Globo também repercutiu essa notícia.
Por falar em energia termelétrica, o deputado Danilo Forte (CE) escreveu no Poder360 sobre a estratégia caolha do governo federal para a “modernização” do setor elétrico. A Lei 14.120/2021, aprovada e sancionada no ano passado, mexeu com os subsídios à geração eólica e solar, sob a justificativa de que esses setores ganharam competitividade e não precisam mais de apoio governamental. O problema é que, ao mesmo tempo, o Congresso Nacional e o governo Bolsonaro deram sinal verde para manter uma série de subsídios e benefícios fiscais para a geração termelétrica, uma energia suja, com um custo altíssimo para o país. “Enquanto o mundo corre para diminuir a dependência dos combustíveis fósseis o mais rápido possível”, observou Forte, “o Brasil corre no sentido oposto, aumentando sua dependência desses combustíveis fósseis enquanto desincentiva o uso das fontes renováveis de energia”.

Em tempo: No Congresso em Foco, Edson Sardinha abordou a incerteza em torno do futuro do programa nuclear brasileiro depois da privatização da Eletrobras. Pela Constituição, a atividade nuclear é monopólio da União e, por isso, não pode ser repassada para a iniciativa privada. Hoje, a Eletronuclear, responsável pelas usinas de Angra I e II e pela construção de Angra III, é uma subsidiária da Eletrobras. Por isso, o governo já afirmou que pretende separar as duas empresas antes da privatização da Eletrobras, mas não detalhou até agora como isso será feito. Para funcionários da Eletronuclear, a falta de clareza sobre essa separação pode facilitar o acesso de atores externos a informações consideradas sigilosas sobre a geração nuclear brasileira, o que pode prejudicar a segurança do sistema. Outro ponto é o futuro de Angra III, cuja construção se arrasta há décadas a um custo de bilhões de reais e que pode, a depender dos termos da venda da Eletrobras, ficar sem conclusão pelo caminho.


Governo atropela preocupações ambientais e leiloa blocos de exploração de petróleo no mar
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) realizou ontem (13/4) uma nova rodada de concessão de contratos de exploração e produção de petróleo e gás natural. Dos 379 blocos oferecidos pela União, apenas 59 (15%) foram arrematados, arrecadando cerca de R$ 420 milhões. O leilão teve a participação de 78 empresas, das quais 14 fizeram ofertas e 13 venceram. O maior bônus ofertado foi de R$ 150 milhões e o investimento previsto é de mais de R$ 405 milhões.
Mas a operação deve ser contestada na Justiça por organizações da sociedade civil, sob a argumentação de que diversas áreas leiloadas nesta rodada estão no entorno de Unidades de Conservação e de comunidades de Povos Tradicionais, especialmente no Nordeste. Além disso, como destacou o Estadão, há situações onde não foi conduzida uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar, instrumento previsto pelo Conselho Nacional de Política Energética para auxiliar no planejamento da outorga de áreas petrolíferas. Por conta disso, o Instituto Arayara entrou com representação na Justiça Federal para suspender o leilão.
“Entre os impactados estão colônias de pescadores artesanais, quilombolas, comunidades indígenas e outros povos tradicionais extrativistas”, explicou Juliano Bueno de Araújo, do Arayara, a O Globo. “Outro ponto é que tem Unidades de Conservação Marinha em que o limite da exploração está a 10 metros da Unidade. Não há zona de amortecimento”.
O formato do leilão também é um ponto criticado. Como explicou o Observatório do Clima, o governo Bolsonaro abandonou o modelo de rodadas de licitação e adotou um novo mecanismo para expandir a produção petrolífera nacional - a oferta permanente. Neste caso, os blocos são oferecidos de forma contínua (mesmo aqueles devolvidos ou rejeitados em leilões passados) e podem ser licitados sempre que houver investidor interessado. “É uma espécie de fast track, ou ‘saldão’ da ANP para facilitar a venda de áreas de exploração”.
“O avanço de novas fronteiras para a exploração de petróleo e gás natural faz cada vez menos sentido em um mundo já bastante desesperançoso em aplacar a crise climática”, escreveram Ana Paula Prates (Instituto Talanoa), Daniela Jerez (WWF-Brasil) e Suely Araújo (OC) no Poder360. “O Coelho da Alice, que corre com o relógio gritando que estamos atrasados na adaptação e mitigação da mudança do clima, traz embaixo do braço argumentos para uma transição energética urgente e justa. Nesse final feliz, o petróleo e o gás natural permanecem no chão”. O leilão teve destaque na imprensa, com manchetes em veículos como Agência Brasil, CNN Brasil, Folha, g1, Poder360 e Valor, entre outros.



Estudo: metas nacionais apresentadas na COP26 podem conter aquecimento em 2oC
A chance é pequena, mas ainda existe. Se os países efetivamente tirarem do papel todas as promessas de ação climática apresentadas durante a última Conferência do Clima da ONU (COP26), em novembro passado em Glasgow, a humanidade poderá conter o aumento da temperatura média da Terra em 2oC, dentro do limite máximo definido pelo Acordo de Paris.
A conclusão é de um novo estudo publicado ontem (13/4) na revista Nature. O estudo calculou os objetivos de mitigação e projetou as probabilidades de aquecimento até o final deste século. Se não houver um aumento no grau de ambição dos países nem um abandono dos compromissos atuais, o mundo poderá conter o aquecimento em 1,9oC até 2100; no entanto, qualquer deslize por parte dos governos e das empresas na implementação desses objetivos significará a inviabilização dessa meta.
Se o limite de 2oC ainda é viável, o mesmo não pode ser dito do objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris - a limitação de 1,5oC no aquecimento. De acordo com o estudo, as chances dos compromissos atuais dos países nos levarem a um aumento de temperatura nesse patamar é de apenas de entre 6% a 10%. Para os países mais vulneráveis à crise climática, como é o caso das pequenas nações insulares em desenvolvimento, um aumento da temperatura média global acima de 1,5oC trará ameaças existenciais, com o risco de o aumento do nível do mar engolir muitas dessas nações.
“Podemos dizer que o artigo traz boas e más notícias. A boa é que pela primeira vez projetamos que é possível manter o aquecimento abaixo da simbólica marca dos 2°C com as promessas que já estão postas na mesa. Isso implica, é claro, que os países cumpram todos os objetivos que estabeleceram e que deem o suporte necessário para que os mais vulneráveis consigam cumprir suas metas no tempo determinado”, afirmou Malte Meinshausen, principal autor do estudo e cientista da Universidade de Melbourne (Austrália), citado pelo Observatório do Clima. “A má notícia é que nosso estudo mostra claramente que, se quisermos chegar perto do objetivo de limitar o aumento a 1,5°C, temos de aumentar as ambições imediatamente e começar a implementar políticas efetivas de mitigação até 2030”.
AFP, Associated Press, BBC, Bloomberg, Guardian, Independent, Mongabay e Washington Post, entre outros, destacaram essa análise.



Guerra e COVID na China fazem IEA reduzir expectativa de crescimento de demanda por petróleo em 2022
A intensificação da nova onda de COVID-19 na China, que causou o lockdown de áreas importantes do país na última semana, puxou para baixo as projeções sobre a demanda global de petróleo para 2022. De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), a procura por petróleo deve atingir uma média de 99,4 milhões de barris por dia neste ano, o que representa uma redução de 260 mil barris diários na comparação com projeções anteriores. Na comparação com 2021, a expectativa para 2022 ainda é de um aumento de 3% na demanda global por petróleo, com o consumo de 1,9 milhões de barris diários extra em relação ao ano passado.
A queda na demanda deve ajudar o mercado global de petróleo a compensar a perda das fontes russas de combustível fóssil, impactadas pelas sanções internacionais a Moscou no âmbito da guerra na Ucrânia. Ao mesmo tempo, a ampliação da oferta de petróleo também ajudou a compensar, ainda que parcialmente, o déficit causado pela crise russa. Em março, a produção global de petróleo aumentou em 450 mil barris diários, elevando a média para 99,1 milhões de barris consumidos todos os dias. O principal fator para isso foi a produção extra por países fora da OPEP, como Estados Unidos, Reino Unido e Índia, que também abriram parte de suas reservas de emergência nos últimos meses para ampliar a oferta e conter a alta dos preços internacionais do petróleo (e seus reflexos inflacionários nas economias nacionais). De acordo com a IEA, a liberação coordenada desses barris de reserva permitiu uma redução de US$ 10 no valor do barril Brent, que caiu de US$ 114 em fevereiro para US$ 104 em março.
Bloomberg, Financial Times, Guardian e NY Times deram mais detalhes sobre as projeções da IEA para a demanda global de petróleo em 2022.

Em tempo: Enquanto isso, Rússia e Estados Unidos seguem trocando farpas sobre a guerra na Ucrânia e as sanções internacionais do Ocidente contra o governo de Vladimir Putin. A Bloomberg destacou a promessa do presidente russo de que a indústria fóssil do país não será prejudicada pela reação internacional. “Seremos capazes de aumentar seu consumo doméstico, estimular o processamento de matéria-prima e aumentar o fornecimento de energia para outras partes do mundo - em algum lugar onde ela seja realmente necessária”, disse Putin. Já a Reuters repercutiu a fala do enviado especial dos EUA para o clima, John Kerry, que voltou a defender a transição energética para fontes renováveis como o caminho para os países se livrarem da dependência de combustíveis fósseis vindos da Rússia. “O presidente Putin não pode controlar o poder do vento ou do sol”, afirmou Kerry.


Clima extremo: fortes chuvas causam destruição e mortes na África do Sul
A África do Sul foi atingida por fortes chuvas que causaram inundações e deslizamentos de terra na região de Durban, no leste do país. Até o final da tarde de ontem (13/4), as autoridades sul-africanas confirmavam a morte de pelo menos 306 pessoas. Mais de 2 mil casas e 4 mil moradias informais foram danificadas pela chuva excessiva, que também causou bloqueios em estradas e ferrovias.
O presidente do país, Cyril Ramaphosa, visitou vítimas da chuva em Durban e prometeu esforços para apoiar as famílias afetadas e reconstruir as áreas destruídas. “Vocês estão lidando com um dos maiores desastres naturais que já vimos, coisas que só aconteciam em países como Moçambique e Zimbábue”, disse Ramaphosa. Como o g1 destacou, as chuvas que atingiram a África do Sul nesta semana foram causadas por um fenômeno meteorológico que causou uma forte onda de frio na maior parte do país e concentrou as chuvas no leste, na província de KwaZulu-Natal. BBC e Reuters também repercutiram o impacto das chuvas na África do Sul.
Já nas Filipinas, a passagem do tufão Megi deixou mais de 42 mil pessoas desabrigadas, com pelo menos 56 mortes e dezenas de desaparecidos. As equipes de resgate estão se concentrando na cidade de Baybay, uma área montanhosa no leste do país, que registrou diversos casos de deslizamentos de terra provocados pela chuva forte. As autoridades filipinas também estão tendo problemas na gestão dos centros de evacuação, com dificuldades para distribuir mantimentos e medicação às vítimas.
BBC e Reuters deram mais informações.



Cientistas associam mudanças climáticas com furacões mais fortes em 2020 no Atlântico
A intensificação da mudança climática contribuiu para aumentar a força dos ciclones que atingiram o Atlântico Norte no ano de  2020, como sugeriu um estudo publicado nesta semana por pesquisadores norte-americanos.
De acordo com a análise, o clima global mais quente tornou essas tempestades entre 5% (nos três dias de maior precipitação) e 10% (nas três horas de pior registro) mais fortes em relação à média observada desde 1850. No caso dos furacões, o desvio é ainda mais acentuado, com um aumento de 8% a 11% em sua força relacionado à mudança do clima.
“Não parece muito, mas se você estiver perto de um limite, um pouco a mais pode empurrá-lo para o topo”, comparou Michael Wehner, cientista climático do Lawrence Berkeley National Lab, um dos coautores do estudo. “A implicação é que isso significa que houve mais inundações de água doce e que os danos dessas inundações aumentaram, mas o quanto isso aconteceu exigiria uma análise mais detalhada”.
A temporada 2020 de tempestades tropicais e furacões no Atlântico bateu recordes: 30 destes eventos foram registrados naquele ano na região, esgotando o modelo de nomeação de tempestades pelo alfabeto tradicional; dessas, sete se tornaram furacões, causando a morte de mais de 330 pessoas apenas nos EUA, área mais afetada. Os prejuízos superaram US$ 40 bilhões.

Associated Press e Washington Post repercutiram o estudo. No Brasil, a Folha republicou matéria da AFP sobre o assunto.

Em tempo: Outro estudo, também divulgado nesta semana, apontou que os furacões se tornaram duas vezes mais frequentes na última década em comparação com os anos 1980. Conduzido por pesquisadores da Alemanha e da Suíça, a análise ressaltou que as evidências apontam uma correlação “robusta” entre a intensificação dessas tempestades mais fortes e o aumento das temperaturas oceânicas causado pela mudança do clima. O Guardian deu mais detalhes.

 


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